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sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Natal e outras reflexões mais

Meu natal não foi nada surpreendente e nem poderia ser, claro. Foi aqui em casa mesmo, com as minhas avós, os (2) irmãos do meu pai e suas respectivas famílias, totalizando exatas 15 pessoas. Primeiro, aquelas conversas superficiais. "E os namorados, Paula?", "passou de ano, Tiago?". Tudo bem, a gente já tá careca de saber que vão fazer essas perguntas, então já preparamos respostas inteligentes, que não gerem uma prolongação do assunto. Depois, os adultos vão falar sobre problemas familiares ou financeiros, até alguma sábia criatura soltar um "ah não, gente! É natal! Vamos falar sobre alguma coisa mais light". Amigo-oculto, a parte verdadeiramente engraçada. Ganhei "Memória de minhas putas tristes", que sempre esteve na minha listinha de livros que eu queria ler. Ou seja, tou na metade de dois livros, esse e "A décima segunda noite", que com certeza ganhará um post especial, porque o último precisa ser comentado, mas em hora mais oportuna. Daí, vem a hora da comilança delícia. O menu é sempre o mesmo, não que eu ache isso ruim, porque as comidas são delícia demais! Por fim, as pessoas vão cansando e, aos poucos, indo embora. C'est fini.

Eu sei que já fiz meu post de fim de ano, mas devo registrar uma observação sobre... enfim, vou falar. Quando você gosta muito de alguma coisa e faz outra pessoa gostar dessa mesma coisa, por exemplo uma banda... tá, essa é a situação. Tá! Meudeus, não vou conseguir me explicar. Tá, você gosta tanto dessa coisa que ela começa a fazer parte de você, ou seja, se você vê alguém relacionado a essa coisa, você sente ciúmes, porque é a SUA coisa, oras! No exemplo da banda: eu, desde sempre ouvi Paramore. Sempre quer dizer 2005, no contexto. Ninguém nem sabia da existência da banda da ruivinha com dentes separados e lá estava eu, cantando 'cause all we knooow is falling, it faaaaalls... Daí, eu passava músicas do Paramore pras pessoas e, é claro, como não tocava na mtv, ninguém gostava. Bom, aí uma pessoa passa a gostar e a dizer pra todo mundo que Paramore é a sua banda preferida e blablablá. Dá ciúmes, oras! É a SUA banda, ué. Voltando... com o tempo, você fica confuso se a coisa é mesmo sua. Quero dizer, com tanta gente gostando da mesma coisa que você gosta há séculos, será que ainda faz parte de você? Ainda no exemplo, eu ouvi "Decode" esses dias e fiquei me sentindo estranha, sabe? Morrendo de medo de me lembrar de outras coisas, mas é a minha banda, oras! Deveria lembrar de mim mesma. "All we know" é muito Paula. Por que "Decode" não pode virar muito Paula?
Tá, eu não quis escrever tudo isso por causa de paramore, óbvio que não. O que eu quis tentar dizer é que a coletividade das coisas tem seu lado negativo. Você perde totalmente a sua ligação pessoal com a coisa, porque já não é mais só sua, mas sim de todo mundo. E o pior disso tudo é você não conseguir se enxergar mais nas coisas que você gosta, só porque todo mundo gosta. Isso tira a particularidade, que deveria ser característica do seu ser. O que você faz, veste, come, dança, ouve, gosta (assim como o que você não faz, não veste, não come...) ajudam a formar você. E se o que você faz, veste, ..., gosta é o que todo mundo faz, veste, ..., gosta não é mais nada, senão só mais um detalhe sobre você. E eu não quero que as coisas que, certamente, são reflexos da minha personalidade sejam só detalhes, sabe?! E é por isso que eu tenho ciúme de banda, oras!!!

Um comentário:

Lorena disse...

Eu entendo,paula,ahiuahiohau.
Mas foda-se a coletividade, tem sempre algo que é particularmente nosso e é nisso que a gente tem de se apegar! Tipo Los Hermanos... Podem ter ficados famosos a valer, mas tenho certeza que ninguém gosta de "conversa de botas batidas" como eu. certeza ;)