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quinta-feira, 2 de outubro de 2008

anatomically speaking...

Fisicamente? Ombros tensos, marcas doídas do óculos (por conta das ex-dores no olho), possível-futura-corcundice, dedinho destruído.

Bom, as coisas poderiam ir melhores. Ainda bem, porque quando tá tudo absolutamente bem, quer dizer que vai acontecer alguma coisa, porque é assim que o ciclo é. Mas quando tem alguma coisa não encaixando, é sinal de que alguma hora ela vai melhorar.
As minhas crises de amizade tão acentuadas nessa semana. Talvez por nas duas últimas semanas eu ter visto meus amigos (os do Sigma) e nessa não. O fato é que eu preciso que eles me olhem de um jeito não-"Paula, a chata". E eu sou chata! Mas eles não deixam eu perceber que essa é a minha principal característica. Não que eles me façam sentir extrovertida, engraçada ou simpática. Não sou mesmo. Minha introspecção não me incomoda, minha graça tá na ironia e a simpatia é bem sutil. Mas os meus amigos percebem isso. E respeitam! O que eu quero dizer é que não preciso ficar sendo alguém que eu não sou, eu não preciso ser simpática pra que eles venham com "babyyy!". E se eu tou de mau-humor, eles não dizem "porra! Hoje você tá chata, hein? Que que aconteceu?". Eles dizem "não, pô! Vem cá..." e me dão aquele abraço súper desagradável que me faz soltar um risinho do tipo "beleza, vocês venceram. Tou de boa! Agora me solta."
É claro que eles só são assim porque o tempo ensinou que era assim que eles devem lidar comigo. Não dá pra eu cobrar isso das pessoas que eu conheço há menos de um ano. Eu sei! Mas, poxa. Esse tempo todo já dá pra ver o que me deixa ou não bem. E, pode apostar, dizer "hoje você tá chata" não vai melhorar as coisas. O mínimo é respeito, sabe?! Se não vai falar uma coisa pra me deixar melhor, então fica calado. É melhor. Só sei que morro de saudades da rotininha estressante de chegar às 7 no sigma, colocar minhas coisas do lado do Pipo e da Mari e atrás da Rebeca, ir no armário, dar o abraço de sempre no Dalai, falar banalidades com ele, voltar pra sala, reclamar com a Lorena pra que ela sente longe das BFs, ficar rindo dos troooous e assobios, bater palmas ritmadas, contar os babados do "findi" pras BFs, minhas crises amorosas e conversar besteira. Morro de saudades, de verdade.
Daí, vem a história do curso. Às vezes eu me pego pensando "cara, que que eu tou fazendo aqui? Eu não sei desenhar, não tenho mega idéias, nem nada!". Quando o pensamento passa, me vem uma prova de desenho aplicado pra gritar pra mim "QUE QUE VOCÊ TÁ FAZENDO AQUI?". Mas tudo bem. Eu amo o curso, nunca que vou desistir ou trancar. Nunca. Vai ser uma briga eterna talvez, mas eu vou me formar.

"Em mim, a anatomia ficou louca." Sou toda racional. Haha! Os motivos não me faltam. Seja por decepção ou por ter caído a ficha de "tenho 18 anos! É época de aproveitar. E você não aproveita com amores. Você aproveita com paixonites intensas". Talvez possa ser também pelo fato de eu já ter interiorizado a idéia de que amor é para os fracos. É óbvio demais que isso só faz sentido enquanto eu tou curtindo as paixonites intensas. Porque quando aparecer um amor e tal, eu vou me contradizer totalmente. Só espero que isso não aconteça tão cedo. Porque do jeito que tá, tá bem legal.
Aliás, essa situação toda tem me feito um bem danado, por eu ter o meu tempo pra mim, por eu me preocupar com os meus problemas comigo mesma. Do jeito que eu sempre quis: numa boa, sem cobranças, sem envolvimentos profundos, tudo muito casual. E empírico. E terapêutico, óbvio. hehe. Além do bom e velho frio na barriga, as mãos geladas e tudo mais.

Não que tenha sido tempo perdido e que eu tenha odiado. Você aprende muita coisa num relacionamento, sabe? E você cresce e tudo mais. Mas, inevitavelmente, você se priva de muitas coisas que você quer. E essas coisas podem nunca mais surgir como oportunidade e possibilidade na sua vida. Não tá na hora de eu perder isso, não tá na hora de eu me privar do que eu quero. Não tá na hora de ter mais esse compromisso. Quero dizer, eu já tenho tantas outras coisas com o que me preocupar e que me sufocam, que beijar alguém deve ser uma espécie de escape e não uma prisão.
Não é uma questão de incompatibilidade de objetivos, sabe?! É exatamente o contrário. É compatibilidade de objetivos. E os objetivos são tão outros que não esse...
E é por isso que eu tou numa boa: por causa das não-cobranças, dos não-envolvimentos profundos, do casual, do empírico. Porque, dessa vez, o beijo é terapêutico, é o escape.

Um comentário:

Lorena disse...

minha gargalhada foi muito espontânea quando eu li "empírico". você é demais,paula.
quanto aos colegas do curso, tenha calma. o negócio é deixar claro que eles podem ser tão quanto ou até mais chato que você! sem tantas boas-maneiras com eles!
eu cheguei à conclusão de que são os da escola que marcam mesmo. você se acostuma com a situação e aprende a ver o lado positivo. afinal, com a saudade, não tem como nossos encontros serem ruins,né?

beijinhos,miguxa