Arquivos

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Primeiras aulas

Provavelmente eu contei pra todos os episódios vargonhosos que aconteceram lá na faculdade. Mas vale a pena registrar, claro.
O primeiro e o que me deixou mais impressionada foi nessa última quarta-feira. Na aula de Redação Jurídica, que é tipo uma aulinha de português, a professora (formada em Direito e não em Letras, só pra eu tentar justificar) estava ensinando (ou, pelo menos, tentando) Funções da Linguagem.
Devo lembrar-lhe, possível leitor, que eu tenho apenas 17 anos. Vou pra faculdade com a minha mãe, definitivamente não uso aquelas bolsas de couro de mulher adulta (não é uma redundância!), tenho letra de Ensino Médio e cara de Ensino Fundamental. Isso são motivos mais que suficientes pra minha inibição completa durante as aulas. Somando-se tudo isso ao fato de metade dos caras (senhores) da minha turma irem de terno e dos professores usarem vocativos do tipo "doutores", tem-se uma justificativa maravilhosa pro meu silêncio acadêmico.
A professora continuou:
-Gente, a função poética focaliiza...
-A forma! - disse um "doutor".
-A palavra!- disse outro.
Eu, que sabia a resposta graças às aulas inesquecíveis do meu doce Jota.
-A mensagem! - eu, por fim, falei.
A professora olhou pra mim e começou:
-O caaaa...
-...naaaal! - a turma terminou.
É claro, possível leitor, que eu fiquei estática, pasma ou qualquer coisa parecida. "Tudo bem... eu acho que me confundi". Mas uma pergunta não saía da minha cabeça: "e a função fática?!"
Ok. Um pouco mais tarde, ela continuou:
-A função que focaliza o receptor é a...
A sala, em coro:
-Conotativa!
Menos eu, que falei:
-Conativa!
-Conotatiiiiva! Muito bem!
Pfff... Acabou aí pra mim. Como se não bastasse, ontem, na aula de Introdução ao Estudo do Direito, a professora separou "conhecimento" da seguinte forma:
con-
hecimento.
:)
Além desses pequenos problemas com o corpo docente, há também a mania, necessidade ou carência dos coroas em contar suas respectivas vidas particulares. "Ah... porque eu entrei com um processo e não ganhei", "aaah... porque eu trabalho no STF", "aaah.. porque eu sou corretora há 5 anos e, modéstia à parte, sei sobre regras de português", aaaah... aaaah... AAAAAH!!! ¬¬
Dias melhores virão. Afinal, "a UniDF é primeiro lugar das particulares de Brasília no exame da OAB por 4 vezes consecultivas". hahaha! ¬¬
Hoje eu vou, finalmente, receber o livro de Poesias e Crônicas do Sigma. Tem uma poesia minha sobre Miró lá! êêê... E o melhor disso tudo é que eu vou rever muita gente querida: Vivian Maria, leitora do meu blog (:~) e ótima escritora (eu provaria isso, se ela não tivesse deletado o blog dela); Dalai José, filho da jornalista mais descolada de Brasília, irmão do aluno mais gatinho do Colégio Militar e meu coleguinha escolar desde a 3ª série; Paulo César Azeviche, companheiro de situações constrangedoras na catequese, de aulas de francês, de cursos de matemática na UnB, de viagens pra Pirenópolis ou pra roça; e, é claro, possíveis comparecedores: Rebeca Maria, Luiz Felipe, Costa Maria e... sei lá mais quem.
Inté!

Um comentário:

Vivian Resende disse...

E eu aqui, desempregada, enquanto uma criatura dessas não se limita a falar só o que sabe. To apavorada!
E ah, que amor da sua parte em dizer que eu sou ótima escritora, Paula. Ainda chego lá pra dar razão a uma declaração como essa. A propósito, foi ótimo te ver, repressora boa escritora³. ;D
beijo :*