Arquivos

sábado, 6 de dezembro de 2008

Meu quase-clichê

Como já é de praxe, no fim do ano eu faço um balanço dos acontecimentos. O ano tá acabando, por incrível que pareça. Eu já tou de férias da UnB e isso é prova real de que o ano tá mesmo acabando.
Não faz muito tempo, eu percebi que o tempo tá andando mais rápido. Pode ser pela correria do dia-a-dia, que só tem aumentado. Ou, quem sabe, o mundo tá mesmo girando mais rápido. Os 365 dias parecem ser um mês, suas 24 horas parecem durar alguns segundos. Parece que foi ontem que eu tava olhando fixamente pro relógio, esperando dar 5 horas pra sair o resultado do PAS. Até que deu 5 horas, mas nada de resultado. Aí, a primeira ligação "bem, você passou!!!". Era o Lucas, dando a notícia. É claro que eu não acreditei. A listagem não saía de jeito nenhum. "Mas como é que você sabe???" E eu pulava e gritava e ficava correndo sem rumo pela casa.
Mas não deu pra ficar muito feliz. Aqui em casa tava uma loucura, problemas familiares, sabe?! Dos grandes. Daquelas crises que você deseja dormir pra sempre e acordar quando terminarem de resolver tudo. Mas é claro que não foi indolor assim... Resoluções de crise não são indolores. Doem até mais do que as próprias crises. O pior é que as coisas não se resolveram em um dia ou uma semana. Foram meses.
Depois, eu viajei pra Natal com a minha mãe e minha madrinha. Foi uma experiência legal, apesar de toda a minha reclamação.
As aulas na UniDF começaram, porque eu inventei de fazer Direito também. Eu conheci poucas pessoas lá, porque eu não era muito receptiva e muito exigente, eu acho. A idéia de estudar com pessoas mais velhas não me agradava muito. Acabou que eu fiz um grande amigo, que tem praticamente o dobro da minha idade. hehe. É mentira, ele acabou de chegar nos 30, mas é claro que eu ia fazer a piadinha. Mas tá. O Paulo foi uma pessoa peculiar. Porque ele é realmente um amigo e não é da minha idade. Os problemas dele são outros e ao invés de falar que o que eu fazia era errado, ele dizia "Paula, aproveita sua vida", ao invés de falar que eu era louca de fazer duas faculdades, ele dizia que ia ser muito bom pra mim, ao invés de dizer que eu era chata e mau-humorada, ele dizia que eu era madura e tinha personalidade forte. Ele diz que eu já sou mulher e a gente discute muito sobre isso. O fato é que eu acho muito estranho ser "mulher". Quero dizer, eu só tenho dezoito anos, faço um monte de burrada e infantilidade! Mas ele teima que eu já sou adulta. Ele realmente abriu meus olhos pra muita coisa sobre mim mesma. Enfim, a UniDF com certeza valeu a pena, nem que seja pra ter conhecido ele.
Depois, UnB. Me-do! Sabe seu primeiro dia de aula numa escola nova? Foi pior... Eu entrei numa sala cheia de desconhecidos, no lugar onde eu sempre quis estar, mas cheio de pessoas estranhas. Aula de HAT, um bando de pintura pra gente colocar em ordem cronológica. E aí já deu pra ver que tinha muita gente lá que sabia muito! Me intimidou, lógico. Com o tempo, eu fui conhecendo cada um lá. Mas era diferente... eu não me sentia como no ensino médio, cercado de amigos. Na UnB, era como se fosse um monte de gente bacana que só tava junta pelos mesmos interesses. Só. O primeiro semestre foi muito difícil, pensando por esse lado. Mas os últimos meses me provaram o contrário. As novas pessoas que participam do meu cotidiano podem ser meus amigos. E ontem, especialmente, isso ficou provado. Todos lá são muito queridos. Tá certo que eu não me identifiquei de cara com ninguém, mas eu tenho certeza que muita gente lá vai ficar guardada na minha caixinha de "pessoas especiais". É tudo uma questão de tempo e de permitir que as pessoas te conheçam. Contanto que você espere e não afaste as pessoas, você vai fazer amigos.
Muitas noites mal/não dormidas. Muitas! Seja fazendo trabalhos ou estudando. Do ponto de vista acadêmico, foi uma loucura. Comparado com a regularidade do ensino médio, é claro.
Participei de simulações, dessa vez do outro lado da mesa. Foi uma realização, pra falar a verdade. Todo mundo que gosta de simular quer moderar alguma vez na vida.
Depois, veio os 18. Eu tive uma festa surpresa (duas, na verdade. hehe. O pessoal lá do curso fez um bolinho pra mim) aqui em casa. Foi bem legal. Supresas são legais. Com muito custo, tirei carteira (êêêê!!!).
Fiz a viagem mais legal da minha vida! Fui pra São Paulo-Santiago-Buenos Aires, com a minha família. Indescritível, mesmo. Tanto é que nunca cheguei a postar sobre. Nunca consegui... as palavras não vinham de jeito nenhum.
Me aproximei mais das minhas amigas antigas. Aprendi a dar mais valor a elas. Uma, em particular. E essa, eu tenho certeza, é (bf)f mesmo! hehe
Perdi muita gente querida, de diversas formas... pelo tempo, pela morte ou por nada. Todo mundo tinha medo de que o fim do ensino médio acabasse com as amizades. No meu caso, acabou. Culpa mútua, eu diria. E, com o tempo, a coisa foi virando irreversível.
Pela primeira vez na vida, eu chorei pela morte de alguém. Não era nem uma pessoa com quem eu convivia muito, mas doeu de verdade.
Por fim, meu namoro de trezentos mil séculos acabou. Na verdade, acabaram com o meu namoro de 2 anos e 8 meses. Ele acabou, eu digo. Mas sei lá... Hoje eu entendo que era pra ser assim. Ele tinha um tempo certo na minha vida e eu não sabia. Por isso doeu tanto. De qualquer forma, ele me ensinou muita coisa, eu vivi muitos momentos bons (e ruins, óbvio). A gente não se fala mais. Eu não falo. Mas é porque não faz mais o menor sentido pra mim. Acontece que ele vai ficar pra sempre guardado, como o primeiro namorado, junto com tudo que me lembra ele. E ponto final. E, finalmente, ponto final.
Ponto final pras obsessões e acasos também. hehehe. Eu realmente rio disso. Eu me lembro muito bem de eu pensando, nas minhas noites não-dormidas "meudeus!!! Isso não vai acabar nunca!" E, assim, de um dia pro outro, como nos filmes, acaba. Eu realmente rio disso.
Agora eu tou numa pseudo-reticências. Imprevisibilidade absurda! A velha Paula insegura e medrosa voltou à ativa, mas dessa vez com muito bom humor e sem esquentar muito a cabeça.

E foi isso. Um ano cheio de acontecimentos marcantes, que vão definir meus próximos anos. Não foi o melhor, longe disso, mas, com certeza, o mais significativo.

2 comentários:

Lorena disse...

amei! mesmo :)
espero que essa análise ajude a dar uma limpeza geral na cabeça e só renove sua vida de uma maneira cada vez melhor

Vivian Resende disse...

sabe que eu adoro ler o que você escreve, né? pois é, e que o próximo ano seja melhor, ele será a continuação de ciclos que você começou agora e, certamente, continuar é mais simples do que começar e encarar o novo. eu só espero, muito sinceramente, que a gente se encontre mais naquela UnB, Paula. Fico com saudades, sabe? Bastante! De te ver por corredores afora e te chamar de repressora, acontece que hoje não só mais corredores, são pavilhões, prédios diferentes e bem afastados. E ah, concordo que você tem sim a personalidade forte, apesar de não saber definir o que é uma personalidade. Ainda assim, concordo - e admiro. Beijo =*