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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Chá de Panela

Nesse último sábado, lá fui eu pro meu não tão amado Goiás, pro chá de panela de uma das minhas primas mais próximas. É necessário ressaltar que eu não sou muito chegada na família, até porque 95% dela não mora em Brasília. Então, meu conceito de "proximidade" em relação a questões familiares deve ser um tanto diferente quanto o da maioria.
Eu conheci essa prima em uma das costumeiras viagens comunitárias da família Macedo pro Nordeste. Acho que eu tinha uns 9 anos, ela, 14 e a gente foi pra Guaibim, compartilhar sofrimento praieiro com um plus especial, o Morro de São Paulo. Tudo bem que o sofrimento era só meu. E eu tou exagerando... nessa época eu não detestava praia, porque eu era uma criança, não tinha problemas femininos e o calor não era tão intenso. Reescrevendo: acho que eu tinha uns 9 anos, ela, 14 e a gente foi companhia mútua no meio de primos velhos demais ou novos demais. A incompatibilidade de idade era mais que óbvia. 5 anos de diferença é muita coisa, quando se tem pouca idade. Mas tudo bem, ou era eu ou a Ticyane, que tinha, na época,6 anos.
A minha primeira lembrança da Vanessa (é a prima que vai casar) foi dela me contando um segredo familiar na varanda da casa onde a gente ficou hospedada. A viagem durou uns 15 dias, o suficiente pra uma criança (mesmo a do tipo "tímida") fazer amizade com a prima mais velha.
Era difícil manter contato, porque essa história de internet não fazia parte do meu mundinho e ela morava em Anápolis.
No ano seguinte, a gente foi pra Porto Seguro, mais uma viagem comunitária da família Macedo. Foi a mesma coisa: nos aproximamos e ela ganhou o posto de prima mais legal.
A viagem terminou, cada uma foi pra sua cidade e fim. Aconteceram algumas coisas e a tradicional viagem parou de acontecer. As reuniões ou festas de família que eu ia, ela não tava. Com essa coisa de msn, a gente até conversava de vez em quando.
Há uns 2 meses atrás, minha mãe veio me contar: "Paula, sabe quem vai casar?". Bom, eu tenho uma infinidade de primas de 25 a 30 anos, então nem me arrisquei: "quem, mãe?" Nunca que eu ia imaginar que era a Vanessa! Ela tem 22 anos e eu nem sabia que ela tava namorando! (Tudo bem que a última vez que a gente teve uma dessas conversas sobre assuntos amorosos foi quando eu me vestia estranhamente. Entendeu meu conceito de "proximidade", possível leitor?)
Foi aí que me ocorreu o quanto o tempo passa rápido. Quero dizer, a gente ia juntas pra praia e agora ela vai casar!
Como eu dizia, no sábado eu fui pra Anápolis, no chá de panela dela. (ela-ela, como chama isso mesmo?) Foi estranho, porque ela não mudou absolutamente na-da! Com a mesma cara de Guaibim, 1999. Ela me deu um abraço e disse "que bom que você veio, Paulinha!", não do jeito que os parentes falam, mas de um jeito sincero. A gente conversou um pouco, mais sobre mim, porque eu sou incapaz de fazer perguntas que gerem algum tipo de assunto. Depois eu fiquei lá um tempinho e fui embora. Dei uns 3 abraços de "tchau!", o que é muito, muito raro, se você me conhece, possível leitor.
Bom, você pode estar pensando "sinceramente, seu conceito de 'primos próximos' é parecido com o meu de 'amigos distantes'" e, analisando friamente, eu até concordaria. Mas eu nunca fui de ser amiga de primos, como acontece com a maioria das pessoas. De qualquer forma, essa história do casamento da Vanessa realmente me deixou meio sem ar. É impossível não sentir isso, porque pessoa que foi sua companhia fiel em duas viagens memoráveis vai se casar. E não é só uma pessoa. É a minha prima! A única que já ocupou o posto de "a mais legal" e, sem dúvidas, a mais querida. Deu pra ter uma pequena noção do que eu vou sentir quando as minhas amigas começarem a casar. Vai ser estranho, possível leitor, muito estranho.


MAS não era isso que eu queria escrever no começo. Era mais pra relatar a atitude das pessoas, em especial, das tias cinquentonas nesses eventos. Vou deixar isso pra outro chá, quando a noiva não for tão especial.

2 comentários:

Vivian Resende disse...

Eu me surpreendo tanto com algumas semelhanças entre a gente! É bem verdade que meu relacionamento com meus primos é um tanto parecido. O que era mais próximo da minha idade e brincava de Chaves e power rangers comigo há um bom tempo, hoje é um nerd e pouquíssimos são os nossos assuntos em comum. Acabei me aproximando mais da irmã dele, de 11 anos e dos meus primos mais velhos, de 27 e 31 anos. Fora quando a gente elege amigos como família, como aconteceu comigo. Aqueles com quem eu mais convivo e chamo de primo não tem qualquer proximidade biológica, mas a afetividade conta muito mais. Enfim, to me alongando, como sempre, mas espero pelo post que tende a ser parecido com o que se passa comigo também. haha beijo, Paula! :*

Anônimo disse...

Hahaha. A gente sempre escreve sobre o que realmente quer falar,nem adianta.
É,esse tempo voa minha amiga! Quem vai casar daqui a pouco és tu!
Espero ser convidada =)