Hoje eu descobri uma coisa, aparente insignificante, sobre mim mesma: odeio médicos (nada pessoal, sogrinha)!!!
Se eu for contar quando e por que cheguei a essa conclusão, vocês, possíveis leitores, poderão pensar: "mas é só por isso? Tem dó!!!". Acontece que o blog é meu e eis o cenário: aquele setor de hospitais perto do cemitério com quatrocentos e cinquenta blocos anônimos, ou pelo menos à primeira vista, às 8 e meia da manhã (dá pra imaginar a minha cara, se você captou que meu conceito pra férias é: uma boa madrugada de sono, acompanhada por uma manhã com finalidade basicamente igual à da madrugada no aconchego da minha cama roceiramente ortopédica, seus - na verdade, meus - 4 travesseiros e meu edredom florido; com as janelas fechadas e minha cortina de borboletinha estrategicamente posicionada pra tampar os poucos buraquinhos que deixam vestígios de que o dia, infelizmente, está radiante. Quando chove de manhã é bem mais gostoso, até porque não tem os malditos passarinhos cantarolando tanto perto do meu quarto):
- Aqui diz Prédio Oswaldo Cruz... - diz minha mãe
- Tá. Mal qual deles é o Oswaldo Cruz? - eu
Ok. Instinto feminino: "vamos lá pra baixo". Nada do maldito prédio. Nos rendemos e perguntamos pra um cara, que diz que é "aqueeele prédio lááá, ó, tá vendo?". Começou aí meu ódio. Eu fui fazer ecografia, como sempre, desde os 4 anos e a moça da clínica disse pra eu tomar 6 copos d'água antes de chegar lá. Mas, por ter uma experiência, modéstia à parte, vasta nesse tipo de exame, tomei 1 L de água, porque quando eu chegasse lá, já estaria quase quase fazendo pips (porque outros termos são feios demais, se postos em palavras), logo seria atendida rápido rápido.
Voltando ao processo de chegada ao prédio: longe! Eu com a bexiga cheia, andando e andando e andando... Daí, pensei "pelo menos vou chegar e fazer logo o maldito exame". Chego lá, tem aquelas maquininhas de tirar senha! Qual éééé!!! Minha mãe ligou pra marcar horário! Pra que o trequinho da senha? Tá, tá. Esperei uns 10 minutos e já fui falando pra mulher do cadastro: "moça, vai demorar? Eu tou quase fazendo xixi aqui!". Ela deu uma risadinha de quem achou realmente engraçado e disse: "segue essa moça aqui. Ela vai te levar pra sala do exame."
B E L E Z A! Saí no lucro!
¬¬
Botei uma roupinha ridícula de TNT (primeira vez que eu vejo isso pra fazer ecografia) e sentei lá. Um cheirinho boooom de café... Mas se eu bebesse mais uma gota de água, ia sair! Me lembrei, inevitavelmente, de uma aula de biologia em particular, sobre sistema excretor: "a capacidade máxima da bexiga de um ser humano adulto é 1 litro". O desespero tomou conta de mim: eu tenho menos que 1,60m de altura, não posso ser considerada adulta e minha bexiga não tem 1 litro de capacidade, provavelmente. Mas eu bebi 1 litro de água!!!!!!
-Mooça! Vai demorar? Eu tou realmente apertada!
-Vai demorar um pouquinho sim...
Ok. Você agüenta, Paula! Prova que você é macho pra porra! Comecei a sentir frio e lembrar novamente das aulas da Cynthia, dessa vez, menos precisa: o frio ajuda a produzir xixi, no frigir dos ovos. Tem toda uma história de ADH e tal, mas eu fiz questão de esquecer qualquer sigla ou nome que não existe no dicionário, agora que eu sou universitária. (êêê!)
-Moça! Eu bebi 2 garrafinhas de meio litro! Eu preciso fazer xixi!
-Aguarde só um momentinho.
UUUUUR! O "inho" foi realmente "inho" dessa vez. 2 minutos depois, chega ela com uma mulher (que eu descobri que era a administradora da clínica depois):
-Tá apertada?
-Demais!- por favor, não seja ingênuo, possível leitor, e pense que eu transparecia alguma simpatia ao conversar com qualquer criatura que trabalhasse na maldita clínica.
-Então vai ao banheiro, solta um pouquinho.
Chega a ser engraçado, né?! "Solta só um pouquinho". Experimente beber 1 litro d'água e tentar fazer só um pouquinho de xixi. NÃO ROLA!
-Não dá não... Ou sai tudo, ou é melhor nem ir lá.
-Qualquer coisa você bebe um chazinho.
E lá ficou a mulher olhando pra mim, até que ela percebeu que eu não ia responder, nem ia ao banheiro. Aí, aparece uma outra mulher, com um batom rosa horrível e pergunta pra minha mãe:
-Qual é o nome dela?
Odeio quando as pessoas fazem isso! Por que não me perguntou? Eu tenho 17, e não 7! Acho que o meu nome eu posso responder, né? Depois eu entendi que a minha cara não devia estar nada amigável pra esse tipo de pergunta. Aliás, pra qualquer outra pergunta. Só queria ouvir: "vamos entrar?!".
-Paula Macedo. Vai demorar?
-Tem mais três na frente dela.
Um sentimento só: descrença total. Me rendi; levantei, fui ao banheiro, tocendo pra não sair tudo e eu ter que beber água de novo. Vitória!!!
Fiz o que tinha de fazer, voltei praquela sala cheia de mulheres quarentonas com o roupãozinho azul e sentei, um pouco mais confortável. Não passou nem 5 minutos:
-Sra. Paula...
(é muito esquisito, eu tenho que admitir. Eu nunca vou ser "senhora-alguma-coisa"! Alguém conhece uma Paula velha?! Eu não.)
-...vamos entrar?!
AMÉM!!!
E minha jornada médica terminou aí. O exame foi normal. Mas eu parei pra pensar depois e fiquei com muita raiva de todas aquelas mil mulheres que fizeram parte da minha manhã diurética.
Acredite ou não, mas ainda deu tempo de passar no Sigma (por um segundo, eu pensei em chamar de "saudoso Sigma", mas bastou relembrar das torturas Físicas, Químicas e Biológicas dos últimos 3 anos) pra pegar os documentos pra fazer o registro na UnB ( :~ Por favor, aulas, cheguem! Faz, pelo menos, 3 anos que eu não desejo isso). Meu histórico escolar é inacreditável: minhas médias de física, nos 3 anos, são maiores que 8. Alguém explica isso?! Fiquei satisfeita. Minha menor média foi em Filosofia e isso me deixou um pouquinho preocupada porque uma das 5 matérias que eu peguei na UniDF foi justamente Filosofia. Mas foi tão pouquinho que eu esqueci o pensamento na hora.
Tenho outra novidade! Uma de verdade, eu digo. O João me chamou pra dar treinamento de uma espécie de "pré-Jovem Executivo", que é tipo o que acontece em O Aprendiz. A proposta está sob análise, ou quase isso. Na verdade, eu já aceitei, mas tem que ver o que vai acontecer na reunião. Nunca se sabe. Mas vai ser legal não me distanciar bruscamente dessas coisas de simulação e tal. Quero dizer, é sempre saudoso lembrar de todas as minhas simulações, até mesmo a do Tribunal do Júri, que foi um caos total. O clima de modelos é muito bom, conheci pessoas muuuito bacanas (inclusive o Lucas. oO), até o estudo sobre o tema é legal.
C'est ça!
Se eu for contar quando e por que cheguei a essa conclusão, vocês, possíveis leitores, poderão pensar: "mas é só por isso? Tem dó!!!". Acontece que o blog é meu e eis o cenário: aquele setor de hospitais perto do cemitério com quatrocentos e cinquenta blocos anônimos, ou pelo menos à primeira vista, às 8 e meia da manhã (dá pra imaginar a minha cara, se você captou que meu conceito pra férias é: uma boa madrugada de sono, acompanhada por uma manhã com finalidade basicamente igual à da madrugada no aconchego da minha cama roceiramente ortopédica, seus - na verdade, meus - 4 travesseiros e meu edredom florido; com as janelas fechadas e minha cortina de borboletinha estrategicamente posicionada pra tampar os poucos buraquinhos que deixam vestígios de que o dia, infelizmente, está radiante. Quando chove de manhã é bem mais gostoso, até porque não tem os malditos passarinhos cantarolando tanto perto do meu quarto):
- Aqui diz Prédio Oswaldo Cruz... - diz minha mãe
- Tá. Mal qual deles é o Oswaldo Cruz? - eu
Ok. Instinto feminino: "vamos lá pra baixo". Nada do maldito prédio. Nos rendemos e perguntamos pra um cara, que diz que é "aqueeele prédio lááá, ó, tá vendo?". Começou aí meu ódio. Eu fui fazer ecografia, como sempre, desde os 4 anos e a moça da clínica disse pra eu tomar 6 copos d'água antes de chegar lá. Mas, por ter uma experiência, modéstia à parte, vasta nesse tipo de exame, tomei 1 L de água, porque quando eu chegasse lá, já estaria quase quase fazendo pips (porque outros termos são feios demais, se postos em palavras), logo seria atendida rápido rápido.
Voltando ao processo de chegada ao prédio: longe! Eu com a bexiga cheia, andando e andando e andando... Daí, pensei "pelo menos vou chegar e fazer logo o maldito exame". Chego lá, tem aquelas maquininhas de tirar senha! Qual éééé!!! Minha mãe ligou pra marcar horário! Pra que o trequinho da senha? Tá, tá. Esperei uns 10 minutos e já fui falando pra mulher do cadastro: "moça, vai demorar? Eu tou quase fazendo xixi aqui!". Ela deu uma risadinha de quem achou realmente engraçado e disse: "segue essa moça aqui. Ela vai te levar pra sala do exame."
B E L E Z A! Saí no lucro!
¬¬
Botei uma roupinha ridícula de TNT (primeira vez que eu vejo isso pra fazer ecografia) e sentei lá. Um cheirinho boooom de café... Mas se eu bebesse mais uma gota de água, ia sair! Me lembrei, inevitavelmente, de uma aula de biologia em particular, sobre sistema excretor: "a capacidade máxima da bexiga de um ser humano adulto é 1 litro". O desespero tomou conta de mim: eu tenho menos que 1,60m de altura, não posso ser considerada adulta e minha bexiga não tem 1 litro de capacidade, provavelmente. Mas eu bebi 1 litro de água!!!!!!
-Mooça! Vai demorar? Eu tou realmente apertada!
-Vai demorar um pouquinho sim...
Ok. Você agüenta, Paula! Prova que você é macho pra porra! Comecei a sentir frio e lembrar novamente das aulas da Cynthia, dessa vez, menos precisa: o frio ajuda a produzir xixi, no frigir dos ovos. Tem toda uma história de ADH e tal, mas eu fiz questão de esquecer qualquer sigla ou nome que não existe no dicionário, agora que eu sou universitária. (êêê!)
-Moça! Eu bebi 2 garrafinhas de meio litro! Eu preciso fazer xixi!
-Aguarde só um momentinho.
UUUUUR! O "inho" foi realmente "inho" dessa vez. 2 minutos depois, chega ela com uma mulher (que eu descobri que era a administradora da clínica depois):
-Tá apertada?
-Demais!- por favor, não seja ingênuo, possível leitor, e pense que eu transparecia alguma simpatia ao conversar com qualquer criatura que trabalhasse na maldita clínica.
-Então vai ao banheiro, solta um pouquinho.
Chega a ser engraçado, né?! "Solta só um pouquinho". Experimente beber 1 litro d'água e tentar fazer só um pouquinho de xixi. NÃO ROLA!
-Não dá não... Ou sai tudo, ou é melhor nem ir lá.
-Qualquer coisa você bebe um chazinho.
E lá ficou a mulher olhando pra mim, até que ela percebeu que eu não ia responder, nem ia ao banheiro. Aí, aparece uma outra mulher, com um batom rosa horrível e pergunta pra minha mãe:
-Qual é o nome dela?
Odeio quando as pessoas fazem isso! Por que não me perguntou? Eu tenho 17, e não 7! Acho que o meu nome eu posso responder, né? Depois eu entendi que a minha cara não devia estar nada amigável pra esse tipo de pergunta. Aliás, pra qualquer outra pergunta. Só queria ouvir: "vamos entrar?!".
-Paula Macedo. Vai demorar?
-Tem mais três na frente dela.
Um sentimento só: descrença total. Me rendi; levantei, fui ao banheiro, tocendo pra não sair tudo e eu ter que beber água de novo. Vitória!!!
Fiz o que tinha de fazer, voltei praquela sala cheia de mulheres quarentonas com o roupãozinho azul e sentei, um pouco mais confortável. Não passou nem 5 minutos:
-Sra. Paula...
(é muito esquisito, eu tenho que admitir. Eu nunca vou ser "senhora-alguma-coisa"! Alguém conhece uma Paula velha?! Eu não.)
-...vamos entrar?!
AMÉM!!!
E minha jornada médica terminou aí. O exame foi normal. Mas eu parei pra pensar depois e fiquei com muita raiva de todas aquelas mil mulheres que fizeram parte da minha manhã diurética.
Acredite ou não, mas ainda deu tempo de passar no Sigma (por um segundo, eu pensei em chamar de "saudoso Sigma", mas bastou relembrar das torturas Físicas, Químicas e Biológicas dos últimos 3 anos) pra pegar os documentos pra fazer o registro na UnB ( :~ Por favor, aulas, cheguem! Faz, pelo menos, 3 anos que eu não desejo isso). Meu histórico escolar é inacreditável: minhas médias de física, nos 3 anos, são maiores que 8. Alguém explica isso?! Fiquei satisfeita. Minha menor média foi em Filosofia e isso me deixou um pouquinho preocupada porque uma das 5 matérias que eu peguei na UniDF foi justamente Filosofia. Mas foi tão pouquinho que eu esqueci o pensamento na hora.
Tenho outra novidade! Uma de verdade, eu digo. O João me chamou pra dar treinamento de uma espécie de "pré-Jovem Executivo", que é tipo o que acontece em O Aprendiz. A proposta está sob análise, ou quase isso. Na verdade, eu já aceitei, mas tem que ver o que vai acontecer na reunião. Nunca se sabe. Mas vai ser legal não me distanciar bruscamente dessas coisas de simulação e tal. Quero dizer, é sempre saudoso lembrar de todas as minhas simulações, até mesmo a do Tribunal do Júri, que foi um caos total. O clima de modelos é muito bom, conheci pessoas muuuito bacanas (inclusive o Lucas. oO), até o estudo sobre o tema é legal.
C'est ça!
5 comentários:
e vc nem me disse que já tinha feito o exame.. e eu tô imaginando a sua cara de paciência e tolerância com as amiguinhas da clínica. você deve ter usado toda a sua meiguice, né bem?
aheuhuahuehaueha
=*
tadinha da paula! =*
pelo menos meio litro da água que vc tomou foi usada no organismo, logo não tinha um litro na sua bexiga,por isso que vc aguentou um tico :)
to com saudade de vc,sua porra!
tchau, to viajando amanhã e volto dia 3 :*
ADH = hormônio antidiurético, é inibido pelo álcool, pela cafeína e pelo frio, logo, o frio dá sim mais vontade de fazer o dito pip's.
É, eu sou vestibulanda e não pude esquecer disso, tampouco as fórmulas de área de esfera, cilindro, cone... por favor, eu quero a minha vaga, eu quero Letras! Lingüística, Vernácula, Teoria Literária, Fonética e Fonologia, Etimologia. =~
E espero que esse fim de semana tenha me trazido isso. Lamentações à parte, que post hilário, Paula! ahuiahaiuhaua
beijo ;*
Paulinha, advinha qual é o nome da minha sogra? Haha! advinhou, né, senhora PAULA?!
Brincadeiras à parte, eu não sabia que você tinha um blog(1) e nem que você era tão bem articulada (2)!
Gostei muito de te ler! Parabéns, amiga!
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