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quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

A couple of years...

Há 2 anos e 2 meses, eu entrei em um ônibus conhecendo 2 pessoas, fui pra mais de 1100 km distante do meu mundinho participar de uma simulação de um fórum da Organização Mundial da Saúde. Sentei atrás de um cara com uma blusa verde (que eu detestaria um tempo depois), que aparentava ter uns 21 anos (ou seja, não era aluno do Sigma. "Quem é o alheio?!") que tava lendo um livro enorme sobre alguma besteira relativa a Direito ou a Relações Internacionais.
TRUCO! Finalmente a diversão começou, lá pras 7h da noite. Um grupinho juntou as cartas e surgiu um recanto da jogatina em 4 bancos. Eu, que tava um pouco entediada, fui lá jogar. Acontece que eu conhecia só 2 pessoas: o André Victor, que se isolou com o seu disk-man e a Thaisa, que sumiu nessa hora. 10! Sem parceiro. Daí, o rapaz de blusa verde foi bem gentil e nós viramos parceiros no truco. Durante a viagem inteira, a propósito. As madrugadas eram ocupadas em quartos feminos, com a mesinha da varanda do hotel entre as camas e com o bom e velho truco. (Preciso ressaltar quem era meu parceiro?) Daí, surgiu um mito de que eu tinha um olhar matador ou repressor ou something, só porque eu olhava nos olhos das pesssoas quando eu falava. Enfim, foi uma boa desculpa pra ficar olhando sem parar pro meu parceiro, parecendo dar dicas sobre as cartas que eu tinha em mão.
Uma noite, depois de um longo dia de discursos e coffee breaks, confessei um negocinho pras minhas companheiras de quarto: "aquele Lucas é uma gracinha, né?!". Mas parece que, a partir do momento que eu coloquei em palavras o que tava mais que óbvio, eu dava mais na cara e gostava cada vez mais. Daí vieram as "correspondências diplomáticas" em comitê, o ciuminho de ver a simpatia de outras com ele (e vice versa), o medo dele descobrir, a vontade dele descobrir, o frio na barriga às 8hrs no café da manhã, os olhares... E, enfim, o Bob's, quando palavra nenhuma foi suficiente pra dizer tudinho. Mas o que eu podia fazer? O cara era um estranho completo, estava a trabalho e não fez nada! Nem na despedida, quando chegamos em Brasília. Tá bom, Paula, você voltou ao seu mundinho e agora pode esquecer.
Mas não esquecia! Contei pras minhas amigas, até pros meus pais, fiquei até tarde (ou seria até cedo?!) no msn com ele... Foi impossível me distanciar. Até que chegou o baile do terceiro ano e, de repente ("e não mais que de repente"), o cara de blusa verde me beijou. Tá! Que história linda. Comovente. Mas qual é!!! Vamos ser realistas: o cara é demais, é mais velho (só pra esclarecer: ele tinha 17 e eu, 15), tá na universidade... que chances têm dele ficar com você, Paula?! Zero. Dessa vez foi diferente: ele aparecia lá na escola pra me ver por 5 minutos, mandava mensagens bonitinhas, esperou eu voltar da minha viagem pra Florianópolis (quanta ironia... ¬¬), me ligou no Ano Novo. É, realmente tinha algo de diferente dessa vez.
Há exatos 2 anos, a gente tava de baixo de um bloco qualquer, ouvindo o CD que eu tinha feito pra ele com as piores músicas ever e aí... "Quer namorar comigo?". MEUDEUS! Meu estômago foi pro lugar do meu intestino, meu coração foi parar na garganta e a única coisa que eu consegui dizer depois de algum tempo foi "uhum".
Depois desse dia, muita coisa mudou na minha vida, inclusive eu mesma. O cara de camisa verde que eu conheci no ônibus indo pro Rio de Janeiro me ensinou a ser mais madura, menos insensível, menos egoísta, mais carinhosa, mais ciumenta, a falar "perdão" (literalmente)... Ele me ensinou até física! (ou pelo menos tentou...) Ele fez parte da época mais legal da minha vida: adolescência high school. Mais turbulenta e cheia de crises internas também. Muitas, muitas, muitas crises no relacionamento e brigas e choro... Alguns términos de 10 minutos, um término de 1 mês e pouco. Mas tudo isso fez parte dos nossos 2 anos juntos e não só os "você é desanimadora!", "autista!", "tosca de banana", "namoradinho", cds e cartinhas, e-mails, Noiva Cadáver, "cara de boi", as outras 5 simualções (com direito a outra viagem ao Rio! Dessa vez, com beijo no Bob's e na praia. Viva!!!), almoços e maais almoços, bichinho, pão de mel e caramelo, "gracinha", "Quiiincas" e outras coisas mais. O que eu quero dizer é que os maus momentos também tiveram a sua importância na construção do relacionamento.
Eu sei que sou vista como a megera filhadaputa da relação e que até faço por onde pra ser chamada assim. Eu tenho consciência de que não fui uma boa namorada. Mas... eu não sei! Não tem justificativa a não ser "sou mesmo uma megera filhadaputa" ou "é da personalidade". Acontece que o Lucas sempre esteve do meu lado e, mesmo quando a gente terminou, eu só me sentia à vontade com ele. Ele virou o meu mundinho. Isso pode soar como uma coisa ruim, isolacionista, mas... é simplismente perfeito poder ligar pra ele qualquer hora do dia ou da noite (só não garanto boa receptividade) e dizer "te amo, bem! Muitão, viu?!" ou poder falar até de pincesas Disney com ele.
Há 2 anos, eu ganhei um namorado, que pode não ser o melhor do mundo. Mas ganhei, sem dúvida, a pessoa mais perfeita pra fazer parte da minha vida. Sou fã incondicional do cara de blusa verde, admiro mesmo! Não dá pra achar um defeito maior que "irritaaaante!" no Lucas. E.. nossa! amo. "Muito mais que muito".

E isso não foi declaração de amor gay nem nada, possíveis leitores. ¬¬ Meu blog vive de lembranças e fatos da vidinha pacata desse ser que aqui escreve...

Hoje à noite:
Paula: ou... a minha mão é absurdamente pequena. Olha só! (ponho a minha mão na dele. De fato é absurdamente pequena) Viu?! E eu sou do seu tamanho...
Lucas: Bem, já viu aquele filme com a Dakota Fanning, dos cavalos...?!
Paula: aaah! Sonhadora!
... (silêncio)
¬¬ (compreensão da piadinha)

Gostaria de fazer uma observação: ele esqueceu nosso aniversário de namoro e ainda disse que meus presentes eram clichês (e eles eram bem... bonitinhos). Quem é o filhodaputa da relação, han?! ¬¬

Inté, pessoarrr!
(era pro post ter saído dia 16. ¬¬)

2 comentários:

Lucas Albuquerque disse...

Ela diz que eu nunca comento. Talvez seja verdade, mas eu sempre leio o que ela escreve. Agora ela vai ler a minha versão. =D
Há 2 anos e 2 meses, eu entrei em um ônibus conhecendo 1 pessoa, o Emiliano. (Depois descobri que conhecia a Thaíse também, mas só conhecia...) Fiquei sentado, quieto, tentando ler um texto muito chato de direito, é claro, já que pouquíssimos testemunharam um texto de relações internacionais nas minhas mãos. Aquele povo todo foi entrando, e ninguém falou nada. Uma menina de casaco preto entrou e eu levantei os olhos do texto pra ver quem era. Primeiro ponto pra ela: foi a única que me distraiu do texto. Tanto é verdade que depois que ela entrou eu nunca mais li o texto!
Ah, o truco! Existe coisa melhor do que jogar truco pra encher o saco de alguém? Pois é... Se não fosse o truco, ela nunca saberia que era (e até hoje é) tão desanimadora, nem me olharia com aquele olhar desconcertante. (Se você por algum acaso já foi penetrado por esse olhar, sabe do que estou falando.)
Eu fui como "professor conselheiro", mas tocava mais zona do que os meus "aluninhos". Ficava quicando de comitê em comitê para avaliar o desempenho de meus pupilos. Havia comitês realmente bons, outros nem tanto. E um desses "nem tanto" era a OMS. Mas eu sempre dava um jeito de passar lá, pra vê-la e torcer pra que ela me visse. Eu acho que eu nunca enchi tanto o saco de alguém. Não sei se mais alguém é assim, mas eu tenho esse jeito meio estranho de demonstrar que eu gosto de alguém: irritá-la! (Antes que eu me esqueça, obrigado pelo 'iritaaaaaante'. É sempre bom ter o esforço reconhecido.)
Voltando. Mas eu tava no Rio a trabalho! Não podia fazer nada lá, embora eu quisesse, e como eu queria! Queria tanto que o Bob's virou um episódio na história daquele ainda-não-casal: ela esperando eu fazer alguma coisa (e eu só fiquei sabendo disso depois, claro!) e eu não podendo fazer nada.
Brasília. Não tinha mais hotel, comitês chatos pra entrar, ônibus. Como eu ia continuar enchendo o saco daquela garota que me fazia tão bem? E o pior era não saber se ela queria alguma coisa, se eu tava forçando muito. Grande MSN! Ela é protagonista da mais longa conversa da minha vida por msn. Não sei de onde veio tanto assunto.
"Você sairia comigo?" (Tá lembrada dessa?)
Formatura, época boa, festa, whisky, cachaça, vodka, menininhas embriagadas, tô zuando!
Até a hora em que EU te peguei (nunca foi o contrário, bem...), eu não tinha certeza de qual seria a sua reação. E foi a melhor possível.
Passada a formatura, tive que encher mais um pouquinho o saco dela, né? Saía mais cedo da aula, pegava baú lá da UnB (naquela época eu ainda levava aquele lugar a sério...) e tinha minha recompensa: 5 minutinhos com ela. Convidei-a para sair nas férias, depois de viajar (daquela vez, foi ela) pra Floripa (que beleza de cidade!!!). Fiquei 1 hora esperando a gracinha chegar e, ainda por cima, tive que comer sozinho, porque a gracinha já tinha almoçado! (A gente tinha combinado de sair pra almoçar, detalhe.)
Não dava mais. Quase dois meses se pegando e dois cd's já. Tive que pedi-la em namoro. Mas não sem antes ficar ruminando a idéia e criando coragem durante quase uma hora. Foi o "uhum" mais fantástico que eu já ouvi. E o melhor também!
Desde então minha vida mudou. Não sabia que eu poderia ser o cara que eu sou hoje. Culpa dela! Da perfeitinha. Ela FAZ parte da época mais legal da minha vida: a atual. Culpa dela! Da chatinha.
Há 2 anos, eu ganhei uma namorada, que pode não ser a melhor do mundo. Mas ganhei, sem dúvida, a pessoa mais perfeita pra fazer parte da minha vida. Sou fã incondicional da meniana de olhar penetrante, admiro mesmo! Não dá pra achar um defeito maior que "chaaaaata" na Paula. E... nossa! amo. "Muito mais que muito".
Te amo, minha sonhadora! PS!

Ps.: o post saiu como dia 16, então tá valendo! Beijo!

Lorena disse...

que coisa bonita :)